De Fernando de Pádua

2.5.08

O SAL EM RIO MAIOR

O grupo WASH (World Action on Salt and Health) mantém activa a sua campanha em prol da saúde e contra o sal. Entre nós a ideia vai vingando e acabaremos por ter um acordo, como a Inglaterra já fez com a Industria, para reduzir o sal “escondido” em quase todos os alimentos processados ou enlatados. O Prof. Mac Gregor, Presidente do W.A.S.H. protesta agora contra a afirmação da Food and Drug Administration (que vigia os medicamentos nos USA) e se “lembrou” de dizer que o sal é “generally reccognized as safe”!

Não posso deixar de o apoiar com toda a força possível, pois o sal é o grande culpado da nossa HTA, dos Acidentes Vasculares Cerebrais e mesmo da grande maioria das doenças cardiocerebrovasculares – tudo começa pelo principio quando o bebé “perde” a maminha, querem-lhe dar papinha e ele chora, e ao provar a papa a mãe ou outro membro da família diz “está tão insonsa, é por isso que ele não gosta” e o bebé passa a gostar de sal.

A RTP2 veio hoje filmar-me numa pequena entrevista para a Sociedade Civil de 2ª feira – 5 de Maio sobre o trabalho de Rio Maior (quando a nossa equipa Drs. Pereira Miguel, José Forte, Correa Nunes, Evangelista Rocha, José de Pádua e Fernando de Pádua, e eu próprio, e com a ajuda de Maria de Lourdes Modesto, a nutricionista Manuela Resende e João Fonseca, ao tempo Presidente da Junta de Freguesia de Outeiro da Cortiçada), conseguimos a redução de 21 para 10 g o sal da sua alimentação.

Com controlo por análises dos alimentos e da urina excretada, cortando no bacalhau e salsichas, reduzindo o sal na comida e no pão, e favorecendo o peixe congelado e sobretudo usando ervas aromáticas para dar bom sabor aos alimentos, conseguiu-se baixar a tensão em toda a gente (hipertensos ou não) em média 5 mm Hg – o suficiente (sabe-se há muito) para baixar para metade o número de AVC, em cada grupo etário (já foi conseguido no Portugal todo, nos últimos 30 anos). É preciso fazer muito mais: a metade da metade!

Políticos, industria alimentar, e consumidores: a saúde é por demais importante para estar só na nossa mão – de nós médicos! Cada um tem de aprender a tomar conta da sua!