De Fernando de Pádua

9.10.07

No dia em que o Professor Cavaco Silva falou da dignificação dos professores, não posso resistir ao impulso de também os apoiar. A ensinar durante mais de 50 anos, por paixão (na Faculdade com os alunos, nas consultas com os doentes, e na comunicação social com os que não querem adoecer) raramente tive momentos de desânimo – foi sempre uma devoção, creio que apreciada por todos. Todos sentiam que eu queria mesmo era ajudá-los.
O mesmo acontece com a enorme maioria dos professores do ensino básico e secundário: acredito que o que mais lhes dificulta o trabalho é o número de alunos por turma, excessivo ao ponto de impedir uma relação directa entre professor e aluno, entre mais velho e mais novo.
Sem verdadeira amizade, conhecimento e sintonia, entre aquele que ensina e o que quer ser ensinado, torna-se difícil a convivência, esclarecimento, perguntas e respostas., apesar da boa vontade do Professor , e mais fácil a indisciplina e o insucesso escolar, apesar de alguns conseguirem “sobreviver”.
Recordo, com saudade sentida, o meu Professor da 1ª classe no Tramagal, Gomes Rosa, e o da Pós-graduação em Harvard, Paul White. E, ao longo do caminho, António José Saraiva no liceu, Manuel Valadares em FQN, e Jorge Horta, Cid dos Santos, Ducla Soares e sobretudo Eduardo Coelho, em Medicina.
Creio que mais Professores, e menos alunos em cada aula, melhorariam o ensino e reduziriam o desemprego. Para bem dos Professores, dos Alunos … e dos Pais!