De Fernando de Pádua

5.6.09

SOUSA TAVARES E LISBOA, EM 23 DE MAIO

Li hoje, uma vez mais, Miguel de Sousa Tavares a fazer no Expresso a sua defesa, em nome de todos os que em Lisboa vivem, frente aos sucessivos assaltos feitos à nossa beira-rio, tapando-nos a visão deste Tejo, que tanta qualidade dá à nossa vida e tanta inveja desperta em todos os estrangeiros que nos visitam, e lastimam não poder gozar nas suas terras esta paisagem, incrivelmente bela, que agora nos estão roubando!
É quase patética esta luta, aparentemente inglória, de Miguel Sousa Tavares em defesa dos lindos passeios pedonais que tanto ajudam à melhor saúde e maior bem estar de todos nós - adultos, idosos e as crianças e na prevenção de muitas doenças crónicas que nos assoberbam – cardiovasculares, cancros, diabetes, obesidades, reumatismos, depressões, eu sei cá!
Recordo o Programa CINDI- Portugal apoiado pela OMS- Euro (e a nossa luta actual pelo CINDI dos SUB-20:dos 0 aos 20 anos de idade, o tempo em que tudo - bom ou mau - começa, na nossa vida.
Até dos taipais herméticos das obras em curso me queixei, aquando das obras na construção do Observatório Europeu no Cais do Sodré, porque nos estavam já a roubar visão poética do nosso Tejo glorioso (blogue de 21/10/2008). Que dizer então do prédio, e agora da muralha de contentores “prometidos” para Alcântara, ou até daquele Centro Hospitalar e de Investigação que Champalimaud (estou certo), nunca teria querido naquele local, prejudicando a vista e a vida dos portugueses!
Também eu fiquei desvanecido ao ler o texto inspirado de Clara Ferreira Alves, na “Única” da semana passada, a respeito desse outro belo, mas obviamente opaco, edifício à beira do Tejo.
Não sei a quem cabe tanta irresponsabilidade, mas a verdade é que tão mau é quem faz como quem deixa fazer. E eu quereria poder não deixar.