De Fernando de Pádua

12.2.10

“TELEVISÃO A MAIS FAZ MAL AO CORAÇÃO?”

Convidaram-me para integrar, em nome da “Fundação Professor Fernando de Pádua”, um painel – no “Sociedade Civil” de 12 de Janeiro – dedicado aos efeitos negativos ou positivos das altas tecnologias, tomando como ponto de partida um estudo australiano que atribuiu à TV um aumento muito significativo da mortalidade por doença coronária, dada a imobilidade causada por 4 horas por dia sentados frente à televisão [http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=23283&idpod=35029&formato=flv&pag=recentes&escolha=]
Vi-me a defender a TV (et pour cause) dada a sua importância como fonte de informação, lazer e até educação para a saúde (minha grande experiência) e educação em geral, recordando os tempos da “telescola” que, se fosse actualizada e mais interactiva, tanto poderia ajudar os estudantes do interior, a léguas de distancia da sua Escola. E recordei o General Eanes que me abriu as portas de um estúdio quase secreto que existia (há uns 30 anos) no Conselho da Revolução e no qual eu e outros Professores da minha Faculdade pudemos dar aulas, isto é levar mais conhecimento médico aos colegas no interior do Pais, afastados da Universidade que os formou

“Moderação em tudo”, “o que é demais não presta”, ou “pela sua saúde mexa-se!” são frases do anedotário popular, apropriadas para a discussão em curso. E acentuei como os hábitos de sedentarismo começam afinal na Escola quando, desde o básico até ao ensino superior, os estudantes passam horas, dias… anos(!) sentados a ouvir ensinamentos (agora até surgiram aulas de 90 minutos) antes de saírem dos seus “estabelecimento de ensino” para começarem finalmente a aprender o que é a vida real!!!

Noutra intervenção, recordando o nosso “Movimento Mundial Saúde e Coração em Português” (MOSCEP) fiz o elogio da TV pela possibilidade democrática de levar o conhecimento a todos, no Mundo global (é agora a proposta da RTP), chegando a todos os cantos do Planeta em que se fala Português (a Pátria, de Fernando Pessoa), e fiz depois a apologia da WEB, primeiro imaginada para a interactividade dos cientistas ligados ao acelerador de partículas (que rodeia Geneve), e que deveria ser usada (e abusada) para levar novos ensinamentos a todos os países de língua oficial portuguesa (CPLP) sejam de Medicina, de Saúde, ou de outras áreas de conhecimento: Cabo Verde, Guiné ou São Tomé e Príncipe, Angola ou Moçambique, Macau e Timor, merecem-nos, e a todos eles Portugal está intimamente ligado.

As novas tecnologias são importantes para todos nós!. E o mesmo se passa com a necessidade de mais actividade física diária – cabe a cada um, informado, adoptar um estilo de vida mais saudável, dentro da sua circunstância!

P.S. – “Uma estrelinha” fez-me ouvir a SIC noticias, hoje, 11 de Fevereiro. Com o site www.academicearth.org , qualquer pessoa pode ter acesso a um sem número de aulas e palestras feitas por académicos de diversas universidades “topo de gama”, podendo escolher os temas que mais lhe interessem. Porque não adoptar a ideia para beneficio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa?
Para que conste, vou modificar o site da Fundação Professor Fernando de Pádua e começarei por colocar lá a lição que proferi, por convite especial, na minha Faculdade de Medicina de Lisboa, no passado mês de Janeiro: “Um coração para todas as idades”! Outras se seguirão!!