De Fernando de Pádua

14.11.07

Morreu-me o Metello

Manuel Dejante Pinto Magalhães Arnao Metello (nome de gigante, que nunca esqueci desde miúdo). O meu Amigo mais dedicado, mais fiel e mais antigo, dos primórdios do liceu. Só um ano mais novo, mas parecendo muito mais. Anos perdido no Brasil, voltando em 74 já doente do coração.

Ainda nos deu mais de trinta anos, sempre presente em todas as iniciativas do seu amigo Fernando, padrinho duma filha : co-fundador da nossa primeira Fundação Portuguesa de Cardiologia, co-fundador do Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva. Ele e a Graça decidiram não fazer férias de Verão e ajudaram-me com todo o dinheiro que não gastaram. Co-fundador da nossa nova Fundação, que ele “exigiu” tivesse o meu nome «para defesa e memória de todo um ideal de prevenção e de saúde».

«Homem de valores e de muito valor, e grande amigo de todos nós» escrevemos nas flores nossas – de todos os nossos amigos e colaboradores que o acompanharam na despedida. Descubro por todos os lados colaboradores que o veneram porque a todos ajudou, em segredo de profissão, e sem querer paga.

Amante da Genealogia descobriu-se até aos Metellos da Roma antiga, e a mim deu-me como presente de aniversário a minha árvore genealógica até à Fundação do Reino de Portugal.

Morreu de pé, no campo de batalha pela justiça das rendas para os proprietários e para os inquilinos. E, como ouvi na cerimónia litúrgica, deve ter entrado directamente, de foguetão, no Reino dos Céus.