De Fernando de Pádua

21.12.06

Fundação Professor Fernando de Pádua






Junto aos nossos votos de FELIZ NATAL
pedimos especialmente para si e para os que lhe são mais queridos
Boa Saúde e Melhor Qualidade de Vida
com muito Amor, Paz e Alegria

no NOVO ANO que se aproxima

Sal:quase um veneno (I)

Há décadas que, directamente e com apoio da OMS, procuramos sensibilizar a nossa população para o excesso de sal na alimentação: cozinhe com menos sal, faça pão com menos sal, não use o saleiro à mesa, e recuse no restaurante o prato salgado!

Tudo isto faz parte da Luta Nacional contra a Hipertensão que vimos conduzindo desde 1972.

Vê-se no D.N. (30 de Novembro) que um estudo da União Europeia revela que, em Portugal, até o fast food, os cereais e os chocolates (!) têm mais sal do que nos outros países.

A indústria justifica-se dizendo que são os consumidores que o exigem. Quando é que aprenderemos a tomar conta da nossa saúde??

sal: quase um veneno (II)

Na verdade o estudo europeu citado afirma que a nossa indústria usa mais sal, gorduras e açúcar no fast food, nos cereais e até no chocolate. As batatas fritas têm sempre muito sal, as gorduras dos fritos são mais perigosas do que o azeite, as salsichas são mais gordas, os enlatados também têm sódio escondido! E a Hipertensão, o AVC e o Enfarte do Miocárdio, tal como a Obesidade e a Diabetes, estão todos à sua espreita!!! Com estas informações lembro-lhe que a saúde está nas suas mãos, ou, melhor, na sua boca ( nós somos o que comemos… e o que bebemos!) e nos seus pés, se passeia ou não passeia a pé.
Atenção à Tensão, Pare de Fumar e… Vá passear!

19.12.06

Excitação na RTP 2

Uma emissão sobre a Ceia do Natal para todo o Mundo, através da RTP Internacional: Fernanda Freitas, Ana Leonor Perdigão, Helena Águeda Marujo, Carlos Sobral e eu próprio íamos conversar com os 200 milhões de pessoas que falam português no Globo. Durante a transmissão o blogue da Sociedade Civil foi inundado com receitas e saudades de espectadores de muito longe. Tentei juntar conselhos sobre estilos de vida saudáveis (e o coração do Pai Natal) sem estragar a Ceia – Festa é Festa! E enviei Xi-Coração amigo à volta do Mundo lembrando também todos os que vivem o nascimento de Jesus, mas não têm Ceia para comer!

15.12.06

Carrinha dos Afectos

Na curta existência deste blogue, já falámos no problema dos cuidados médicos (ou de enfermeiros ou assistentes sociais) no domicílio, e da importância dos TLC… (isto é, Tender Love Care: Ternura, Amor e Carinho).

Leio agora no Expresso que, no Concelho de Mértola (ou será Alcoutim?) foi criada, «uma carrinha – a carrinha dos afectos» que percorre aldeias e «montes» ao encontro dos idosos, para lhes dar assistência e um pouco de atenção. Chega uma vez por mês, resolve pequenos achaques, rastreia doenças, mas sobretudo leva um pouco de humanidade a quem dela precisa e desespera. A própria ONU pensa premiar esta iniciativa. O que boas-vontades, podem fazer!

Prémio Prof. Pedro Eurico Lisboa

O Prof. Pedro Eurico Lisboa, meu colega, colaborador e AMIGÃO, foi merecidamente homenageado com a criação, pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (com o apoio da Bayer) um prémio (4.000 euros) destinado a subsidiar um projecto de investigação ou um estágio de formação na área de Diabetes Mellitus. Pedro é um exemplo de dedicação aos doentes com palestras diárias para educação dos diabéticos na sua consulta hospitalar e (galardão ainda maior) soube ensinar as crianças diabéticas a orientarem o seu próprio tratamento e a autoinjectarem-se com a necessária dose de insulina! Já ganhaste o CÉU, Pedro!

12.12.06

CINCO CIGARROS POR DIA (II)

A verdade é que, quando citava as maleitas provocadas pelos cigarros, eu explicava que abaixo de cinco cigarros por dia as estatísticas não conseguiam prova numérica de que haveria perigo para o fumador. Só com meio maço havia evidência estatística de que o fumo causava cancro do pulmão ou doença isquémica do coração.

Agora, após um estudo norueguês de 51 000 homens e mulheres, ao longo de 20 anos, veio provar que a redução do fumo para metade não reduziu a mortalidade, e que mesmo fumar muito pouco (1 a 4 cigarros por dia) aumenta o perigo de morte cardíaca.

É preciso abandonar totalmente o tabaco!

CINCO CIGARROS POR DIA (I)

O Prof. Albino Aroso pedia-me «oh Pádua ajude-me lá, porque os colegas dizem às nossas grávidas que reduzam o tabaco, mas que não é preciso deixar de fumar, pois ficam nervosas e podem prejudicar o bebé».
Mesmo que fume só 5 cigarros por dia, o bebé, na barriga da mãe, é um fumador passivo, aliás coercivo, e já é prejudicado, com tóxicos e nicotina atravessando a placenta, contraindo as artérias, reduzindo a irrigação e a oxigenação. E o menor peso ao nascer é só um dos males.

Hoje é fácil planear a data da concepção do bebé: os pais (ela e ele) devem começar por cessar de fumar ambos, e só depois, em segurança, tentar gerar o filho que desejam!

11.12.06

Ensinar a aprender Medicina (II)

A propósito da citação de Cabot (1905), que recordei aos estudantes, e em Sessões do Conselho Científico, para criticar a memorização teórica, e defender um maior ratio docente/discente na Faculdade (pois que o ensino de massas estudantis o tornara inaceitável) eu próprio criei uma comparação absurda:

« até a conduzir se ensina sentado ao volante, com um instrutor ao lado, o qual pode corrigir de imediato qualquer erro. Quem defenderá ensinar condução num autocarro, com o Professor ao volante, e os alunos sentados nos seus lugares a ouvir as doutas explicações? Pode-se assim atribuir carta de Médico??».

Ensinar a aprender Medicina (I)

Após a preciosa sessão dedicada à Medicina, nos 50 anos da Fundação Gulbenkian, segue-se outra comemoração: 20 anos da Clínica de Cardiologia da Faculdade de Medicina de Lisboa. Em ambas o Ensino Médico esteve presente. Mão amiga trouxe-me a minha 1ª lição de Prof. de Terapêutica Médica: (1964) «Aprender Medicina não é muito diferente de aprender outra coisa qualquer. Se um de vós tiver cem horas para aprender a andar a cavalo, ou a falar em público, empregará com proveito uma hora a ouvir o que deverá fazer, quatro horas a ver um professor faze-lo, e as outras noventa e cinco a praticar, primeiro vigiado de perto e depois sob orientação geral» (R. Cabot, 1905).

4.12.06

Dia contra a SIDA

Não consegui parar de ver, até às 5 da manhã, o prodigioso programa (4 horas) sobre a SIDA no Mundo, proporcionado pela RTP1.

Em contraste com o alarme da gripe das aves impressiona a «cegueira» de governos e políticos, e até a ineficácia dos que lidam com o problema.

Por incrível que pareça o «mais vale prevenir que remediar» é também aqui esquecido. Tal como nas doenças do coração, toda a ênfase é posta na terapêutica e no apoio social, falhando estrondosamente, em quase todo o Mundo, a prevenção: educação sexual, promoção da saúde e simultaneamente preservativos e troca de seringas.

Tão importantes são os doentes como a enormidade das vítimas inocentes!!