De Fernando de Pádua

26.6.09

Tanto temos falado, defendido, criticado (e até desanimado) ao longo dos anos* que quase nos parece impossível constatar que, finalmente, o Conselho de Ministro aprovou a 18 de Junho o uso de desfibrilhadores por não médicos! O meu amigo e Tenente Coronel Dr. Abílio Gomes, Presidente do INEM, já me afirmara a sua proposta pessoal. E o Alto Comissariado para a Saúde confirmou-nos agora, em e-mail de 19.06.09, a aprovação. No mesmo dia 19 o “Metro” noticia com grande titulo: “Desfibrilhadores em Aeroportos e Shoppings”!!!
Já falta pouco para outro finalmente: fazer o seu ensino nas Escolas!!!



* Há quantos anos fomos defender os desfibrilhadores automáticos externos ao Programa de Herman José??

8.6.09

RARÍSSIMAS - UMA ASSOCIAÇÃO EXEMPLAR

Mas quem é que se lembrou de chamar a uma Associação “Raríssima”, perguntava a Dra. Paula Campos no suplemento “Saúde Pública” do semanário Expresso de 4 de Abril. Perdi o meu comentário, escrito em Súbito Impulso, mas ao reencontrá-lo não o posso esquecer!

É na realidade uma associação exemplaríssima, de mães, demais famíliares e médicos (linharara@rarissimas.pt) que se juntaram constituindo uma plataforma de informação, que procura ajudar as crianças doentes e famílias de doenças raras (Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras), com mais de oito anos de actividade continua.

Para lá desta informação, o meu pesar neste momento é não ter ainda visto aparecer – por mais que o tenha tentado incentivar aqui, ali e acolá - uma associação nacional, não médica, para ajudar na doença mais frequente de todas, neste nosso país salgado, obeso, preguiçoso, alcoolizado, cada vez mais diabético… e, felizmente, um pouco menos fumador: a hipertensão arterial e a sua filha mais perigosa a aterosclerose, causadoras da nossa imensa mortalidade cardiocerebrovascular, e sempre agravadas pelo tabaco, diabetes e hipercolesterolémia. Ainda não despertou um movimento associativo que impulsione com acções, argumentos e até informações sobre o seu mais correcto tratamento e sobretudo a sua prevenção – desde a primeira papinha a que se adiciona sal, ou mesmo desde os erros alimentares durante a gravidez.

Sabemos que hoje em dia as principais ajudas dos médicos ainda são os bons farmacêuticos, e os doentes mais cuidadosos, mas é preciso que alguns se mexam, se associem entre si para se entre ajudarem, e para obterem mais apoios concretos para a doença mais frequente neste lindo Pais à beira mar plantado e para as ruinosas consequências dum AVC ou dum enfarte.

Termino com uma palavra mais de estímulo, e muito respeito, pelas raríssimas e gravíssimas doenças que a “Raríssimas” está apoiando.

5.6.09

O ÁLCOOL E A CONDUÇÃO

Festejámos ontem os 50 anos do meu filho Fernando!

Não fiz ideia dos gramas de álcool acumulados com o aperitivo de Alvarinhos, o pequeno copo de vinho tinto de Portalegre, e a “saúde” com a taça de Champagne. Pôs-se-me todavia um problema à despedida, ao fim da noite: será que devo pedir ao meu neto que me guie o carro? E depois quem o trás? Mas eu estou perfeito! Qual o problema?

E o problema que levanto, já o fiz há muitos meses (blogue de 12/04/07 “Se beber, vá para casa de táxi”): não deveremos ter nas festas um desses pequeninos aparelhos para determinar a alcoolémia dos convidados preocupados?

E nas discotecas? Não deveriam estar acessíveis, à saída, esses aparelhos, disponibilizados até pela polícia local, ou então pelos proprietários? Mesmo que pagos por nós!

O Serviço à comunidade e aos consumidores seria muito valioso!

SOUSA TAVARES E LISBOA, EM 23 DE MAIO

Li hoje, uma vez mais, Miguel de Sousa Tavares a fazer no Expresso a sua defesa, em nome de todos os que em Lisboa vivem, frente aos sucessivos assaltos feitos à nossa beira-rio, tapando-nos a visão deste Tejo, que tanta qualidade dá à nossa vida e tanta inveja desperta em todos os estrangeiros que nos visitam, e lastimam não poder gozar nas suas terras esta paisagem, incrivelmente bela, que agora nos estão roubando!
É quase patética esta luta, aparentemente inglória, de Miguel Sousa Tavares em defesa dos lindos passeios pedonais que tanto ajudam à melhor saúde e maior bem estar de todos nós - adultos, idosos e as crianças e na prevenção de muitas doenças crónicas que nos assoberbam – cardiovasculares, cancros, diabetes, obesidades, reumatismos, depressões, eu sei cá!
Recordo o Programa CINDI- Portugal apoiado pela OMS- Euro (e a nossa luta actual pelo CINDI dos SUB-20:dos 0 aos 20 anos de idade, o tempo em que tudo - bom ou mau - começa, na nossa vida.
Até dos taipais herméticos das obras em curso me queixei, aquando das obras na construção do Observatório Europeu no Cais do Sodré, porque nos estavam já a roubar visão poética do nosso Tejo glorioso (blogue de 21/10/2008). Que dizer então do prédio, e agora da muralha de contentores “prometidos” para Alcântara, ou até daquele Centro Hospitalar e de Investigação que Champalimaud (estou certo), nunca teria querido naquele local, prejudicando a vista e a vida dos portugueses!
Também eu fiquei desvanecido ao ler o texto inspirado de Clara Ferreira Alves, na “Única” da semana passada, a respeito desse outro belo, mas obviamente opaco, edifício à beira do Tejo.
Não sei a quem cabe tanta irresponsabilidade, mas a verdade é que tão mau é quem faz como quem deixa fazer. E eu quereria poder não deixar.

3.6.09

OS MEUS QUERIDOS SUB-20, EM 1 DE JUNHO DE 2009

Hoje é “Dia da Criança” e ontem foi “Dia Mundial Sem Tabaco”.

Quantas das nossas crianças de hoje vão morrer por causa do tabaco, com cancro do pulmão, enfarte do miocárdio ou AVC?? Perguntem a quem sofre horrores com um cancro, se imaginou qualquer coisa de semelhante quando começou a fumar às escondidas!

Pois, para festejar o Dia da Criança, dêem-lhes uma pequenina lição, adaptada à sua idade. Digam dos perigos de fumar e digam como se cai neles. Contem o que aconteceu aos pais (ou aos amigos dos pais) que fumam e querem acabar com o vício, e não só as enormes dificuldades que têm em parar, como depois as recaídas frequentes – o melhor é mesmo não começar!!!

Avisem-nos, e não escondam os pormenores das doenças: o remédio é amargo mas não morrem por causa dele, a alternativa é que mata (e como faz sofrer!). Acreditem nos Sub-20 como eu: as crianças não são tontas. Nós é que não contamos com elas, ou não lhes contamos o que elas têm direito a saber!

Experimente e insista, por favor! Para bem deles e para que mais tarde não venham a dizer: se eu soubesse, se me tivessem dito!!... Só me proibiram, e não me explicaram porquê!!