Dia do não Fumador – 17 de Novembro 2011

É uma espécie de celebração dos não fumadores – os que nunca fumaram e os que conseguiram deixar de fumar – porque os benefícios são espetaculares, em termos de qualidade de vida e prevenção de doenças – sobretudo cardiocerebrovasculares (angina de peito, enfarte do miocárdio, AVC, morte súbita, insuficiência cardíaca e mais alguns etceteras) e cancros (pulmão, faringe, orofaringe, esófago, bexiga, rim e muitos outros, eteceteras também) sem esquecer a bronquite crónica, e o enfisema pulmonar, a osteoporose e até acidentes (sobretudo na condução), e incêndios (em lares, oficinas, ou mesmo nos campos).

Um aviso aos sub-20 (dos 0 aos 19 anos) - o melhor é não começar porque depois … vejam os pais, os avós e os amigos deles – o que sofrem (e gastam!) para tentar parar de fumar, com recaídas sucessivas, voltando a luta ao princípio.
E outro aviso aos pais e futuros pais – se fumam ou são generosos a beber, os vossos futuros filhos – fumadores coercivos na barriga das mães podem vir a ser, desde a nascença, bebés com pouco peso, ou doentes respiratórios, ou com cardiopatias congénitas, ou mesmo morte súbita.

Benditos os que deixaram de fumar ou nunca fumaram – são celebrados porque deles é, em grande parte, o reino da saúde, para além do bem que fazem à sua volta – porque favorecem desse modo os que eram até aí fumadores passivos, obrigados a sofrer o fumo dos colegas ou dos cônjuges, dos avós ou dos companheiros de trabalho – que assim eram forçados a adoecer!
Bendita lei do “tabaco tolerância zero”!


Mas … ainda há mais, que é constantemente esquecido: o tabaco – como eu sempre disse - é um dos três assassinos da população portuguesa – tabaco, hipertensão e colesterol elevado. Somados 2 ou todos 3 em conjunto, são muito piores do que a simples soma: 1 + 1 faz 3! E + 1 faz 9: em conjunto estes três malfeitores matam nove vezes mais. E, tal como eram os três mosqueteiros, são 4: Atos, Portos e Aramis, e mais o d’Artagnan (a diabetes)! E tudo se torna ainda pior!

Já escrevemos várias vezes que a diabetes é uma verdadeira doença cardiocerebrovascular, e o seu aliado mais poderoso, que a faz excessivamente pior, é o tabaco!!!
Como não festejar os não fumadores? Em tempos havia um Conselho de Prevenção do Tabagismo e até dávamos prémios aos vencedores. E também no Quit and Win (“Parar e ganhar prémios”) da OMS, em Portugal!

808 20 88 88 é o número da Linha SOS-Deixar de Fumar através do qual o Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva tem à vossa disposição uma linha telefónica, servida por psicólogos profissionais, que gratuitamente escutarão os vossos problemas e o (a) ajudarão a deixar de fumar.
Ninguém se pode queixar de ninguém lhes dar ajuda! Pense na sua saúde, e na dos que ama ou lhe estão mais próximos – e PARE JÁ!

Prof. Fernando de Pádua

Dia Mundial da Diabetes – 14 de Novembro (2011)

A APDP está fazendo uma campanha intensa – paralelamente às conduzidas pela enorme força conjunta das várias e poderosas instituições de Cardiologia – no sentido de chamar a atenção de todos para os benefícios de estilos de vida mais saudáveis, em ordem a conseguir evitar que muitos novos casos de diabetes - muitos milhões em todo o mundo – continuem a aparecer.
É nesta convergência que desde há muitos anos – os anos do programa CINDI Portugal da OMS (Countrywide Integrated Noncommunicable Diseases Intervention Programme - 987-2002) nós temos vindo a insistir numa prevenção integrada e multidisciplinar de promoção da saúde, ao ponto de termos passado a designar a própria diabetes tipo II como uma verdadeira doença cardiocerebrovascular! Na verdade estas últimas são a principal causa de morte da maioria dos doentes diabéticos!!

Permitam-me recordar aqui, uma vez mais – o nome do Professor Pedro Lisboa, o grande educador das criancinhas com diabetes tipo I, que aprenderam com ele a auto medicar-se e injectar-se com insulina. No meu Serviço de Terapêutica Médica (e depois no CINDI, que abraçámos em conjunto com várias outras especialidade) ele foi sempre o principal dinamizador dessa abrangência (com toda a sua equipa) insistindo a propósito e a despropósito na alimentação saudável, na actividade física diária, na tolerância zero para o tabaco e no controlo da tensão arterial, as armas mais importantes para a prevenção da diabetes e das doenças cardiocerebrovasculares (e demais doenças não transmissíveis com factores de risco comuns).
Que o Senhor te tenha no Céu, que soubeste merecer, meu amigão de sempre

“Conversas no meu Consultório” por Fernando de Pádua, Ancora Editora, 2011

Exmos. Senhores,
Julgo não exagerar no meu propósito dizendo que este novo livro foi escrito com a intenção objectiva de ajudar cada um e cada qual a cuidar da sua própria saúde: adultos trabalhadores (e em idade de serem pais), idosos que querem viver activos e saudáveis (acompanhando também os seus netos), e os que chamo de “Sub-20” (crianças, desde a mais tenra idade até aos 19 anos, portanto adolescentes e jovens adultos).

Na minha Introdução (que junto em anexo) esclareço a minha intenção. Creio sinceramente que em cada Biblioteca ou Câmara Municipal deverá existir pelo menos um exemplar, acessível a todos os munícipes (eu próprio, na minha juventude, muitos livros li na Biblioteca Municipal do meu bairro em Lisboa).
Por tudo isto me atrevo a escrever-lhes esta carta … e também a pedir que, depois da Introdução, não deixem de ler também as primeiras páginas que se seguem, para melhor me compreenderem. E até acredito que o livro pode mesmo ajudar algum dos vossos familiares.
“O Livro do Coração” (Academia do Livro, Oficina do Livro, Edições Leya, 2009) e as “Conversas no meu Consultório” (Ancora Editora, 2011) foram escritos a culminar uma luta de mais de 50 anos contra a hipertensão arterial, pela prevenção das Doenças Cardiocerebrovasculares e apoio à promoção da Saúde.
Sem falsa modéstia acredito serem palavras que merecem ser lidas pelos vossos concidadãos. Na verdade a saúde é por demais importante para estar só nas mãos de nós médicos! Cada qual deve aprender a tomar conta da sua!
Aproveito a oportunidade para enviar os meus melhores cumprimentos a todos … e um Xi-Coração

Eu, vaidoso

Meus amigos e minhas amigas

Num súbito impulso escrevi um novo livro “Conversas no Meu Consultório”. Estou vaidoso, só hoje o digo, um ano após o ter começado a escrever.
Tentei esmerar-me para melhor contatar, e convencer, os leitores a tomarem boa conta da sua saúde. Não quis mostrar ciência e empreguei o menos possível termos médicos mais difíceis.
Em boa verdade, creio que (no meu pensamento mais profundo), me motivou o desejo de continuar a ser ouvido, isto é continuar a poder ajudar as pessoas doentes, e as que o não querem ser, a sentirem o desejo e a possibilidade de cuidarem de si próprias e do seu coração.
Quando eu já não for capaz de dar bons conselhos, ou já cá não estiver, acredito que muitos ainda me lerão (me hão-de “ouvir”) e serão capazes de entender melhor, e de seguir mais conscientemente, os conselhos do novo médico que entretanto escolheram!
A esmerada produção da equipa da Editora Âncora e (estou mesmo a ser vaidoso!), o amor que pus na escritura deste livro, falando com os próximos que idealizei na minha frente (ou com aquela ou aquele que me está lendo), irão surtir – creio eu – algum efeito curativo!
Assim Deus o queira, e me queira ajudar - e a «Você que me lê»!
Você é a pessoa mais importante deste mundo!