De Fernando de Pádua

30.9.09

DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO - 27.09.09

Não resisto a deixar neste sitio, porque a memória é curta, o texto da Newsletter que distribuí com a mensagem que a Federação Mundial de Cardiologia preparou para o Dia Mundial do Coração deste ano (27.09.09).

Coração todos temos e por isso o tema interessa mesmo a todos nós!

Para que conste, aqui fica:


Newsletter – 27 de Setembro

Dia Mundial do Coração
Texto difundido pela Federação Mundial de Cardiologia
para 2009

TRABALHAR COM O CORAÇÃO
(Work with heart)

A propósito do Dia Mundial do Coração

Este DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO foi escolhido para levar a todos no nosso Globo a informação de que as doenças do coração e cerebrovasculares são as nossas principais causas de morte, roubando 17,2 milhões de vidas em cada ano. A Federação Mundial de Cardiologia e todos os seus membros divulgam neste dia a noticia de que pelo menos 80% das mortes prematuras por doenças cardiocerebrovasculares poderão ser evitadas SE os seus principais factores de risco – tabaco, erros de alimentação e inactividade física – forem eles próprios evitados.
O Dia Mundial do Coração, que a Federação Mundial celebra no próximo Domingo, 27 de Setembro, deve inspirar a todos a organização de eventos preventivos, incluindo palestras, espectáculos, corridas e outras actividades de índole desportiva, e muitas mais. Informe-nos para www.worldheartday.org sobre as actividades saudáveis e preventivas que porventura organizar.

Quatro boas razões para trabalhar com o coração
Quando pensamos nas coisas que afectam a nossa saúde – como por exemplo o que comemos, como vamos de actividade física, e se fumamos ou não – faz todo o sentido pensar também em como evitá-las, e como é que o nosso próprio trabalho pode afectar os nossos comportamentos e o nosso coração.

1 – Poupar vidas! Quase metade das pessoas que morrem com doenças crónicas – o que inclui o enfarte do miocárdio e os acidentes vasculares cerebrais – estão no período mais produtivo das suas vidas, isto é, entre os 15 e os 69 anos de idade. Contudo muitas das causas dessas doenças podem ser corrigidas: fumo do tabaco, erros alimentares e falta de actividade física.
2 - Aumentar o nosso bem estar – os trabalhadores que se envolvem em actividade físicas trabalham mais, são mais atentos e concentrados, e relacionam-se melhor com os seus colegas. A actividade estimula a produção de endorfinas que modulam a satisfação e o entusiasmo nos períodos de lazer pós-laboral. Manter-se activo durante as boas e más horas da vida ajuda a controlar o stress, relaxa o corpo e a mente, e diminui a tensão nervosa.
3 – Aproveitar os benefícios sociais – as actividades de grupo com os colegas, ou em Centros de repouso ou de diversão, são oportunidades para conhecer outras pessoas e expandir a sua rede de amigos, sentir-se saudável e desenvolver as suas capacidades, aumentando a auto estima e ajudando a um melhor controlo da sua vida.
4 – Vantagens económicas – Uma força de trabalho mais saudável contribui de vários modos para a saúde da sua Empresa mesmo em tempos de recessão. Os benefícios incluem:
- maior produtividade
- menor absentismo (até menos 20% de dias perdidos)
- menos despesas com a saúde (tanto empregados como empregadores)
- menos acidentes de trabalho

POST SCRIPTUM do Professor Fernando de Pádua
Acontece que 27 de Setembro é dia de eleições em Portugal!
Vote, vote como melhor entender, e vote também em si próprio, isto é, vote na sua saúde e na daqueles que lhe são mais queridos. Isto significa votar em:

© Tabaco zero
© Redução substancial do sal, gorduras animais, doces e álcool
© Aumento no consumo de vegetais, peixe, fruta e leite, e preferir azeite e plantas aromáticas como temperos.
© Passear a pé todos os dias 30 a 60 minutos e incluir mais actividade física no seu dia a dia, com recreios em grupos plurigeracionais nos fins-de-semana.

Por favor ajude a divulgar esta Newsletter entre os seus familiares, na sua Empresa e nos Estabelecimentos Escolares e Cantinas dos seus filhos e/ou netos. F.P.

29.9.09

Desterrados nas Caldas da Felgueira (Nelas, Distrito de Viseu) fomos um dia até Aveiro. Como minha mulher notou, por todo o lado gente jovem e casais de namorados evidenciavam a existência de uma Universidade (aliás de alto nível: basta recordar que foi a primeira – assim li – a ter acesso à Internet em todo o campo universitário, permitindo aos estudantes trabalhar com os computadores, sentados na relva).

Entrámos num café, cheio de fumo (onde me perguntaram se eu “era da Tv” pois reconheciam a minha cara...). Aproveitei para perguntar se tinham extractores de fumo, responderam que sim, e justificaram a permissão de fumar porque “como sabe, quase 90% dos estudantes fumam!...”

Trouxe de lá, curioso, uns panfletos com a notícia do Fórum de Educação e Juventude: “Aveiro é Jovem e tem Futuro!”. Os temas, os mais variados, atraem irresistivelmente: “Educação – o principio do prazer; Demonstração de Cozinha/Pastelaria; Transição para a Vida Adulta de Alunos com Necessidades Educativas Especiais; Educação e Formação de Adultos na área dos Audiovisuais e produções dos média; Alquimia das cores; Site Mundo das Profissões; Ciências Religiosas e Educação; Dança; Graffiti; O Segredo da Matemática; Formação e Responsabilidade Social; Cabeleireiro, Manicura e Maquilhagem, Futebol Robótico; Serviço de Bar e mesa; Da Emergência Planetária à Educação para um Futuro Sustentável; Observação Nocturna ao Telescópio; Espaços Lúdicos, Espectáculos de Dança, Teatro, Concertos”, e muitos mais… (sic).

Procurei citar todos para justificar a minha vontade de lá ficar os três dias - com um tal programa !!!

Juntando as duas notícias, sinto-me obrigado a perguntar: “então e a vossa saúde, meus queridos jovens?!”.

Naquele café pensei e disse em voz alta: desta massa é que se fazem os nossos doentes!!! Ao fim e ao cabo, num Fórum desta envergadura (até com patrocínio da própria Universidade e sessões no Centro de Saúde), eu creio ser impensável não incluir o conhecimento, e esquecer qualquer troca de impressões sobre tabaco (a causa mais evitável de doença cardíaca e pulmonar) o álcool (as mortes na estrada e o insucesso escolar) outras dependências, ou a SIDA (et pour cause!).

Quantos daqueles “Sub 20” (menores de 20 anos) que eu vi na rua ou no café, já terão pré-diabetes, pré-hipertensão, pré-dislipidémia ou mesmo SIDA sem o saber? E irão morrer, inconscientes, precocemente??

Os assuntos de saúde não mereceriam também apresentação e discussão para os jovens poderem, em consciência, defender o seu futuro? Pensem nisso atempadamente e comecem a dedicar-se mais a estas temáticas.

Nota: Nunca esqueço tantos e tantos doentes adultos que se me queixaram “se ao menos me tivessem avisado a tempo!…” Felizmente, nos dias de hoje, já se diz haver muita informação. Não a deixem só na prateleira, façam uso dela!

2.9.09

A minha "rentrée" – 31 de Agosto

Acabaram as férias na Ericeira, com esquecimento dos problemas diários e atenção à praia… e à minha colecção de selos! Chegado duma Vila toda voltada para a protecção do ambiente (até têm cinzeiros na rua, e à entrada das praias, e reciclam nos transportes os óleos caseiros!), fui atingido por um programa da BBC denunciando a hipocrisia inglesa ao invadir os países africanos com cigarros uni-dose, para incrementar a dependência do tabaco entre os jovens! E (surpresa para mim) admitem mesmo que as mortes devidas ao tabagismo possam vir a exceder, a curto prazo, nalguns desses novos países, as devidas à malária.

Entre nós, em Portugal, cientes do respeito pelo próximo (sobretudo quando o próximo é o filho ao colo, ou no ventre) a boa prevenção cardiovascular continua conquistando terreno. E é com muita esperança que vou enviando o meu “Livro do Coração” para pessoas e entidades em Cabo Verde, Angola, Moçambique e até Timor, lá bem longe, apostando na Lusofonia para a promoção da saúde nesses países em desenvolvimento.

É para todos eles a hora certa, pois ficou já bem provado, na Europa de Leste, que o desenvolvimento, com mais dinheiro, significa mais comida, mais bebida, mais tabaco e cada vez menos exercício físico, com aumento exponencial das mortes por doenças cardiocerebrovasculares.

Post Scriptum: Vibrei também, ontem, com os dez anos da Independência de Timor, e todas as imagens do País em crescendo.