De Fernando de Pádua

23.2.07

ABORTO

Ganhou o sim – foi despenalizado o aborto.

Pensando no sofrimento da grande maioria das mulheres que abortam, a maioria dos votantes não quis condená-las, e eu também não conseguiria faze-lo, face à dor que nelas sempre encontrei.

Agora já será possível fazer estudos epidemiológicos e compreender se a tragédia pessoal se deve à falta de educação sexual, à contracepção, à desresponsabilização do homem (ou dos pais da mulher), ou à impossibilidade de arcar com as responsabilidades financeiras, sociais ou psíquicas da criação e educação de uma, ou mais uma, criança.
Todos se disseram contra o aborto - então vamos ao trabalho!
Repito a pergunta: onde está a ajuda à mãe solteira? E o apoio financeiro concreto aos jovens pais que esperam um filho, ou ao casal que quer ter outro filho??

22.2.07

O SAL E OS POLITICOS

Juntámo-nos ao Grupo Wash (World Action on Salt and Health) que em Inglaterra tenta mobilizar o mundo e os políticos para a luta contra o sal e conseguiu um acordo da Industria para uma redução gradual.
No nosso Congresso da Sociedade de Hipertensão, juntaram-se todos - clínicos gerais, cardiologistas, diabetólogos, neurologistas – a culpar o sal.
É preciso lembrar ao público, e aos restaurantes, o slogan de Lourdes Modesto: “o sal é a desculpa das más cozinheiras” (não sabem temperar? querem disfarçar o mau sabor?).
Usemos as ervas aromáticas de que o País é rico: coentros, açafrão, hortelã, cominhos, orégãos, poejos, etc. Mas o Governo e a Industria têm a responsabilidade de rotular os alimentos e legislar sobre a redução do sal: os Senhores Deputados têm a palavra!

12.2.07

Aborto: o Referendo e a Esperança

Todos - o sim e o não – se afirmaram contra o aborto. O Governo ficou com a criança nas mãos – é a altura de todos os bem intencionados evitarem que aborte!
Há mil coisas a fazer – com a mesma energia por parte de todos os voluntários!
A educação sexual não pode ficar só nas novelas. Deve aparecer noutros programas infantis, onde também se fale de amor, dos afectos, do Pai, da Mãe, e dos irmãos.
A Biologia e a contracepção devem ser tema de jornais, revistas, rádios, Tv. Há muitas pessoas com inteligência e coração, para escrever sobre estes temas.
A gravidez adolescente é um drama grande demais, e a SIDA existe e não dá sintomas. Qualquer mãe tem de ter ajuda, psicológica, financeira, social, e dos familiares a começar pelo pai da criança – ao longo de duas décadas! As leis (impostos inclusive) têm de apoiar os filhos, as mães com filhos, os pais com filhos.
Se a criança permanecer no centro de tudo, valeram a pena todas as lutas à volta do referendo!

1.2.07

Aborto I

Pelo que se lê, ou se vê (p. ex. nos Prós e Contras - parabéns Fátima!) a discussão vai acesa e a intolerância cresce, dum e doutro lado da barreira: pelo sim e contra o não, e pelo não e contra o sim!

No referendo pede-se um voto em consciência. Como já disse neste blog a 18 de Outubro não posso dizer sim ao aborto, mas não sou capaz de condenar a mulher (ela já o fez, na maioria das vezes).

Vi o aborto espontâneo dum ou duma neta com 3 ou 4 semanas. Mostraram-me no ECO o rasgão da mucosa uterina e nunca mais esqueço ter visto uma luzinha, ainda viva, a pulsar! Chorei, era um neto bem vivo, a lutar por viver!

Mas também não posso apoiar o não!

Aborto II

Se todo o frenesim actual tivesse existido, nos oito anos que passaram, os casais com filhos já pagariam menos impostos; cada filho traduzir-se-ia num apoio mais que suficiente para a nutrição e educação da criança, e numa ajuda da mãe, a começar desde o inicio da gravidez (tal como o apoio médico, e psicológico, antes, durante e depois); o pai biológico seria sempre corresponsável (onde tem estado o pai do filho? Não tem nada a ver com os problemas?); ter-se-ia intensificado o planeamento e teriam sido bem esclarecidos todos os métodos de prevenção; fomentar-se-ia uma verdadeira educação sexual nos bancos da escola; e, como antes disse, falar-se-ia de amor e também do encanto de ter um filho!
Utopia??